Os Fantasmas Ainda se Divertem 2 (Beetlejuice 2) traz de volta o icônico espírito Beetlejuice, agora interpretado novamente por Michael Keaton. O filme é uma mistura de nostalgia e humor grotesco, mantendo a essência do original, mas, ao mesmo tempo, se perde em uma trama que às vezes parece fragmentada e confusa. A premissa gira em torno de Lydia Deetz, interpretada por Winona Ryder, que agora é mãe e se vê em situações estranhas ao lado de sua filha, interpretada por Jenna Ortega, que adiciona uma nova camada à dinâmica familiar.
Keaton retorna com seu carisma exagerado, e sua presença é sem dúvida o destaque do filme. O humor ácido e os momentos de pura loucura estão presentes, mas em algumas cenas, a repetição de piadas e a falta de inovação na narrativa podem fazer o espectador se perguntar se a magia do original ainda está lá. Os efeitos práticos e o uso de stop motion, ao invés de CGI, trazem um charme nostálgico, refletindo a estética dos anos 80, algo que os fãs do primeiro filme certamente apreciarão.
Por outro lado, a direção de Tim Burton, conhecida por sua habilidade em criar universos peculiares, tem seus altos e baixos. Embora a direção de arte e os visuais sejam impressionantes, com uma paleta de cores vibrantes e cenários surrealistas, a trama pode falhar em manter um ritmo coerente. As transições entre as cenas muitas vezes são abruptas, deixando a sensação de que a história não flui de maneira eficaz.
As atuações de Ryder e Ortega são dignas de nota, especialmente na maneira como elas exploram a relação mãe-filha em meio a situações absurdas. No entanto, o enredo se torna um pouco confuso, e o espectador pode se sentir perdido em momentos que deveriam ser mais claros e impactantes. A química entre os personagens é palpável, mas a escrita não consegue acompanhar a força das interpretações.
Em suma, Os Fantasmas Ainda se Divertem 2 é uma experiência divertida, repleta de momentos icônicos, mas pode deixar os fãs do original um tanto decepcionados pela falta de profundidade e pela confusão na narrativa. O filme funciona como uma carta de amor ao original, mas não consegue capturar totalmente a magia que o tornou um clássico cult. A expectativa por uma continuação pode não ser completamente atendida, mas para aqueles que apreciam um pouco de humor negro e uma dose de nostalgia, ainda há diversão a ser encontrada.