De volta ao passado: como um game de 20 anos mudou tudo

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Saudades de me perder: A volta ao passado nos games

Nos últimos tempos, tenho sentido cada vez mais a nostalgia dos jogos que marcaram a minha infância. Sabe aquela sensação de se perder em uma aventura, vagando por mundos vastos sem ninguém te indicando o caminho? Recentemente, decidi dar uma chance a um game que eu amava há 20 anos: The Elder Scrolls III: Morrowind. No início, foi como entrar em um túnel do tempo. Lembro-me de quanto me frustrava ao ser deixado à própria sorte, sem setas brilhantes apontando para onde ir ou missões totalmente guiadas. E, de certa forma, essa falta de direcionamento me lembrou que os jogos modernos, apesar de seus gráficos deslumbrantes e enredos desenvolvidos, também têm um lado que parece ter se perdido. Depois de um tempo jogando, percebi que muitas das minhas frustrações iniciais eram, na verdade, oportunidades incríveis para redescobrir o prazer da exploração. E, claro, essa viagem no tempo me fez refletir sobre como a indústria de games mudou ao longo dos anos. Venha comigo nessa jornada nostálgica e descubra como a sensação de se perder pode ser uma experiência que muitos gamers sentem falta hoje em dia:

O que mudou nos games?

Se você é como eu, deve ter percebido uma mudança drástica na forma como os jogos são projetados atualmente. Lembro-me de quando as missões eram mais simples, mas ainda assim desafiadoras, onde o fator principal era a exploração. Morrowind, por exemplo, te jogava em um mundo imenso e deixava você meio a deriva, simplesmente pedindo que você fizesse o que achasse certo. Hoje em dia, vemos uma crescente demanda por jogos que guiem o jogador a cada passo. Muito disso é resultado da pressão do mercado por produtos que atendam até o jogador mais casual, permitindo uma experiência mais linear.

Além disso, com a evolução das tecnologias, muitos desenvolvedores começaram a optar por interfaces que, honestamente, podem acabar tirando o brilho da experiência. A sensação de estar perdido, que costumava ser uma parte essencial dos games, agora é frequentemente reduzida a marcadores e setas que dizem o que fazer a cada momento. Isso não só diminui a dificuldade, mas também retira a incrível sensação de descoberta que muitos de nós vivemos nos jogos mais antigos. Precisamos nos perguntar: será que estamos realmente melhorando como gamers, ou apenas nos tornamos dependentes de um “guia” que nos leva pela mão?

A liberdade de se perder

Quando falamos sobre a liberdade de se perder em um jogo, muitos podem não entender a profundidade dessa afirmação. Para mim, isso sempre significou não apenas a ausência de direções, mas a oportunidade de explorar ambientes desconhecidos e descobrir segredos escondidos. Em Morrowind, você poderia simplesmente começar a andar e acabar em uma caverna cheia de criaturas estranhas ou um NPC que tinha uma história fascinante para contar. Essa liberdade proporcionava uma experiência rica, onde a jornada era tão importante quanto o destino.

Muitos jogos que surgiram depois dessa era, como Elden Ring, conseguiram capturar um pouco dessa essência perdida. A sensação de explorar um mundo sem saber o que você encontrará a cada esquina, onde cada caminho tomado pode levar a uma nova aventura ou a um desafio inesperado, é algo que os fãs mais fervorosos buscam. É como se houvesse uma espécie de magia intrínseca em se sentir perdido, e essa sensação de liberdade parece ser a chave para uma experiência de jogo memorável.

O dilema dos gamers modernos

É curioso notar que, enquanto alguns jogadores adoram a conveniência das diretrizes atuais, outros anseiam por uma experiência mais autêntica e livre. A questão que permanece é: “Estamos nos divertindo menos por causa disso?” A resposta pode ser diferente para cada gamer. Muitos jogadores contemporâneos podem não ter experimentado a beleza da exploração em jogos mais antigos, então a ideia de se perder em um mundo vasto pode parecer antiquada ou até desnecessária. Porém, para aqueles que viveram essa era, a nostalgia é inegável.

Explorando o desconhecido

A beleza de explorar um mundo virtual é que você pode descobrir coisas que nunca teria encontrado se estivesse seguindo um guia passo a passo. Voltando a Morrowind, lembro-me de ter encontrado uma cidade perdida, cheia de cidadãos que tinham suas próprias histórias e missões secundárias. Isso adicionava camadas à narrativa do jogo e fazia com que cada jogada fosse única. Hoje, com a maioria dos jogos oferecendo narrativas lineares e missões bem definidas, muitos de nós perdemos essa espontaneidade.

E não para por aí! Quando você se perde em um jogo, também se conecta mais profundamente com a história e o ambiente. Cada canto explorado parece contar uma narrativa própria e cada encontro revela algo emocionante. A realidade é que essa cultura de personalização e linearidade pode deixar a experiência de jogar um pouco menos impactante. E isso é algo que muitos gamers de diferentes gerações sentem falta.

A nostalgia nos games modernos

Na medida em que a tecnologia avança, a indústria de games tenta reinventar a roda. Ao mesmo tempo, vemos um renascimento de jogos que celebram essa sensação de exploração. Desenvolvedores independentes têm buscado recuperar essa essência das experiências passadas, criando títulos que permitem aos jogadores vagar livremente e se perderem em suas histórias. Jogos como Hollow Knight e Celeste trazem de volta essa estrutura mais aberta, permitindo que os jogadores se conectem de maneira mais íntima com o mundo do jogo.

Há também uma crescente comunidade de jogadores que reconhece a importância de resgatar a verdadeira essência do que significa ser um gamer. O retorno a games clássicos, seja por meio de remasterizações ou pela simples vontade de revisitar um amor perdido, tem se mostrado cada vez mais popular. Não é apenas nostalgia; é uma busca por experiências que nos façam sentir novamente a emoção de se perder.

Vamos nos perder juntos?

Para encerrar, convido você a se juntar a mim nesta jornada. Que tal revisitar um jogo da sua infância? Reaprender a arte de vagar sem destino, redescobrir o prazer de explorar sem pressa e, quem sabe, encontrar novas aventuras ao longo do caminho? É nesse sentimento de se perder que podemos realmente nos conectar com a essência do que significa ser um gamer. As mudanças na indústria de games trouxeram inovações incríveis, mas talvez seja hora de relembrar o quanto vale a pena se perder na jornada.

Com um mundo de possibilidades à sua frente, venha comigo, vamos reviver aquela sensação de se perder e redescobrir. Meninos e meninas, a aventura nos espera!